Jorge estava dirigindo pelas ruas movimentadas da
cidade grande, ele teve um péssimo dia e acabava de sair de uma reunião já à
noite. O seu chefe estava de mau humor, o nó da gravata o apertava, as horas
quase não passavam, ele não fumou quase nada e ficar parado agora em um
engarrafamento, estava o enlouquecendo.
Para se distrair ele ficou olhando pelo vidro da
janela o movimento em uma praça e logo viu passar um anjo de patins trazendo
várias lembranças.
Ela rodopiava e seu cabelo longo balançava,
escorregava pelo chão tão graciosa, tão menina, só faltava ter asas. Jorge quis
sentir a liberdade que vinha dela e lembrou que ele já foi um daqueles meninos
que de longe também a observava patinar.
Ele também já morreu de medo do que viria pela
frente, acreditava que o amor era eterno, queria ser independente. Então Jorge
deixou a guitarra, o skate e sua garota para tentar uma carreira na cidade
grande.
Enfim ele conseguiu, hoje possui dinheiro, uma
família e por um momento, aquele em que observava a garota de patins sentiu
saudade de quando podia ser moleque, a pista era o que fazia feliz, a guitarra
era sua melhor amiga e a garota que ficou para trás o grande amor da sua vida e
por coincidência ela também patinava.
Jorge agora dirige até sua casa para dormir e voltar à
rotina, amanhã quem sabe ele não compre um skate.
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