quarta-feira, 18 de março de 2015

Texto: Implosão

Fonte: www.tumblr.com


E o que a gente faz quando o menino teimoso que deve levar um corretivo é o próprio coração? E o que a gente faz quando se sente tão fraco por sentir, meu Deus? 
Não teria como, de alguma forma, ter um outro cérebro no lugar desse músculo involuntário habitante do lado esquerdo do peito? Porque parece que essa é a anatomia predominante e eu, por má (ou boa) formação, nasci com um coração mesmo e muito barulhento, por sinal. Ele bate tão forte, que implode e explode, ao invés de fazer sístole e diástole.
Eu não me permito errar (não com os outros) e ser assim, afeto com membros, parece ser um crime, um atentado ao modo de vida de todo mundo, inclusive ao meu. "Sou fraca?" - Pergunto a mim mesma e aos outros, como quem sabe que está gripado e vai ao médico mesmo assim. Se cogito a minha imperfeição, eis aí a minha maior demonstração de força! Sou humana na espécie e no viver. Eu sinto mesmo e sinto muito! Não vejo só os espinhos, ainda elucido as flores e elas cheiram tão bem ao meu olfato apurado e ansioso, que acabo esquecendo dos componentes de defesa.
Sou assim mesmo e isso é congênito. Continuo achando fraqueza essa minha mania de deixar esse coração ser tão gasguito, mas, se ele é assim, algo certo, um dia, dirá.



Texto por Renata Linard, 19 anos, estudante de Jornalismo e dona da página "O que Brotou das Dores".

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2 comentários:

  1. Nossa você escreve super bem, parabéns viu :)

    http://alinesecretplace.blogspot.com.br/

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